Caminhar com a Igreja
Encontro com o Pastor, Dom Odilo convida a Igreja à peregrinação
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03.02.2025 - 13:16:00 | 4 minutos de leitura

Estamos no início de mais um
ano pastoral, que sucede ao
encerramento do sínodo universal sobre a “Igreja sinodal
– comunhão, participação e missão”. E
também é um Ano Jubilar ordinário.
São muitas as motivações para vivermos
intensamente este ano.
O Ano Jubilar, ou Ano Santo, é vivido
no dia a dia junto com a Igreja toda, acolhendo as questões próprias deste “tempo
de graça” que nos é dado. Somos chamados a aprofundar a dimensão da esperança
na nossa vida cristã pessoal e comunitária.
Todos somos “peregrinos de esperança”,
de uma esperança que “não decepciona”,
porque está fundada em Deus. Cremos no
Deus vivo e verdadeiro, Deus !el às suas
promessas, Deus do amor misericordioso
e da esperança inabalável.
Jesus Cristo, o Filho de Deus, fez-se
homem e se entregou por todos nós sobre a cruz por amor para nos alcançar
misericórdia, perdão e vida. A âncora,
que também aparece na logomarca deste Jubileu, é o símbolo da esperança, conforme o texto da Carta aos Hebreus: “A
esperança, com efeito, é para nós como
uma âncora da alma, segura e !rme. Ela
penetra além da cortina do Santuário,
onde Jesus entrou por nós, como precursor, feito sumo-sacerdote eterno segundo
a ordem de Melquisedec” (6,19-20). O
véu do Santuário simboliza a capacidade
da esperança humana: ela é importante,
mas está amparada apenas nas nossas
capacidades limitadas. Mas a esperança
cristã vai além e está ancorada em Cristo,
nosso intercessor eterno diante de Deus.
O Jubileu é tempo de misericórdia e
perdão. Na prática, isso é vivido através
do perdão buscado, recebido e dado, quer
o perdão sacramental, quer o perdão recíproco nas relações humanas. É tempo
de fazer as pazes, de reconciliação, de
puri!cação da memória dos ódios, rancores e ressentimentos passados; tempo
de pedir perdão por ofensas de todo tipo
contra o próximo. Tempo de resolver e
superar injustiças e colocar novamente a
vida em ordem, sem !car devendo nada
a ninguém, a não ser o amor mútuo. O
Papa recomenda que, ao longo deste
Ano Jubilar, promovamos iniciativas que
ajudem outras pessoas a recobrar a esperança, quer em ações caritativas e de assistência, quer na busca de soluções para
os muitos problemas humanos, sociais e
ambientais de todos os dias.
Parte importante do Ano Jubilar são
as peregrinações, que podem ser feitas
para metas universais de peregrinação,
como as basílicas pontifícias em Roma e
no Vaticano, os túmulos dos Apóstolos,
os lugares santos ligados à vida de Jesus
e de Maria e os grandes Santuários pelo
mundo. Mas todos podem fazer a sua
peregrinação também nas “igrejas de peregrinação do Jubileu”, designadas pelos
bispos em suas dioceses. Na arquidiocese
de São Paulo, temos 12 igrejas de peregrinação, entre as quais também conta
a Catedral. As peregrinações podem
ser feitas individualmente, ou em grupos. Geralmente, elas são organizadas e
preparadas nas paróquias, com oração,
con!ssão sacramental e as orientações
necessárias.
As peregrinações fazem parte da
experiência religiosa de quase todas as
religiões e traduzem bem o signi!cado
do lema deste Jubileu: somos todos “peregrinos de esperança”; estamos a caminho durante a vida inteira, na direção da
meta !nal da existência. Cada peregrinação que fazemos nos leva ao encontro de
Deus já nesta vida, ou ao encontro com
Nossa Senhora, nos santuários marianos, dando-nos alegria e consolo pela
etapa alcançada. Mas sabemos que ainda
não se trata do encontro definitivo e final. Somos povo de Deus constantemente a caminho.
Cada peregrinação que fazemos nos
faz perceber melhor que somos parte de
um povo de peregrinos. Não somos os
únicos, nem estamos sós. Quanta gente
está a caminho, como nós e conosco! E
vamos nos dando conta de que ninguém
consegue fazer sua peregrinação sem a
ajuda de Deus e dos irmãos. E vamos caminhando para a mesma meta !nal. Partilhamos a fé comum e a alegre esperança
de nos encontrarmos, um dia, !nalmente
reunidos diante de Deus e na companhia
dos Anjos e Santos, saciando-nos fartamente da contemplação de sua glória.
Por isso, no início deste ano pastoral,
vale recordar uma convicção comprovada pela experiência milenar da Igreja:
caminhemos juntos; caminhemos com a
Igreja! Não nos deixemos levar pela vaidade, nem sejamos vítimas da soberba e
presunção de sabermos o caminho melhor do que a Igreja, comunidade de fé.
Quem pretende caminhar sozinho pode
ser vítima da incerteza e desorientação,
pelo desânimo e o cansaço. E estando
perigosamente sozinho, não terá quem
o socorra e ampare. Caminhemos com a
Igreja, com a fé comum do povo santo
de Deus, humildemente, guiados pelo
Espírito Santo que assiste a Igreja, pela
palavra segura do Magistério da Igreja e
pelo exemplo dos Santos que nos precederam no caminho da fé. Peregrinemos
com a Igreja
Fonte: https://osaopaulo.org.br/
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